sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Revista Ciência do Skate - 2

O estudo do skate é algo com infinitas possibilidades só que pouco explorado pelos praticantes e simpatizantes deste estilo de vida misturado com esporte.
O Ciência do Skate é o primeiro site de pesquisas científicas do skate, contendo os principais trabalhos e artigos do mundo todo, o que impulsionou e facilitou a vida de quem estuda e ama o skate.
Em 2005 tive a oportunidade de publicar o meu primeiro trabalho nele, agora em 2009 com um formato de revista E-Zine na sua segunda edição, estou tendo novamente a honra de publicar mais um trabalho meu neste importante veiculo de comunicação e estudo do skate.

Meu trabalho sobre “Lesões em Skatistas Profissionais de Street Skate” se encontra na integra e disponível para dowload, alem de muitos outros trabalhos importantes, alguns vídeos de skate, muitas fotos de altíssima qualidade e uma brilhante entrevista com o skatista profissional e acadêmico Roger Mancha atualmente team manager da Element.
Parabéns ao Révisson pela iniciativa do site e principalmente pela evolução do seu trabalho, montando uma revista virtual de muita qualidade e que ajuda a todos os estudantes, skatistas e simpatizantes desta cultura.
Agora não perca mais tempo, quanto estiver interessado em fazer uma boa leitura ou uma pesquisa bem embasada sobre o skate, acesse http://www.cienciadoskate.com que certamente você vai encontrar o que precisa.
Desejamos a todos os leitores e amigos um feliz Natal, repleto de alegrias e sonhos.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Entrevista - Andre Genovesi

No final da década de 90 tínhamos um skatista profissional que acertava switch backside tailslide de primeira em uma mesa de piquenique, só que não passava nem perto de campeonatos, procurava trabalhar sua imagem através de vídeos e fotos, algo totalmente inovador para a época.
O tempo passou e este skatista de muito pop, deu uma manobra um pouco mais alta e foi recomeçar sua carreira nos EUA, fazendo humildemente todo o caminho que um skatista amador precisa fazer antes de se profissionalizar.
Hoje, um skatista profissional conceituado no mundo todo, que vive o sonho que tanto correu atrás, tendo até model de shape pela empresa de um dos maiores skatistas da história, nosso presente de natal para todos os amigos do Skate Saúde é uma entrevista com ele, Andre Genovesi.

Nome: Andre Genovesi
Idade: 28 anos
Tempo de Skate: 20 anos
Local: Newport Beach - C.A
Patrocínio: Hurley Intl, Hosoi Skates, Filmore Wheels, Diamond Suplly,Royal Trucks,Val Surf Skateshop.


Nollie Heel

SS- Quando me lembro de alguns bons momentos meus no skate, me vem à cabeça o final da década de 90, onde eu vivia skate 24 horas por dia sem outras preocupações, e uma coisa que me lembro bem desta época foi de usar os models da Son, como surgiu a marca e quais eram os objetivos na época?
O objetivo da Son era desenvlover produtos que eram testados e aprovados por profissionais para a prática do skateboard, sendo assim os skatistas teriam um produto de alto nível técnico que eles poderiam confiar. Também era mostrar o skate como ele é, a evolução do esporte era a nossa prioridade em uma época em que os vídeos praticamente não existiam e campeonatos eram a prioridade de outras marcas e atletas.
A Son estava acompanhando a evolução do skate mundial, hoje 15 anos depois que a Son foi estabilizada no mercado eu tenho plena consciência que a gente estava pelo menos 5 anos a frente de 95% do mercado brasileiro.

SS- O vídeo Open Your Mind (acho que deveria ser relançado em DVD que minha VHS não agüenta mais) foi um marco no skate nacional, como foi à produção e a repercussão do vídeo?
Eu também acho talvez vá ser lançado este ano. A produção foi feita pelo Duda e o Marcio do Chiclé e muitas coisas a gente mesmo filmou tipo as imagens na Califórnia. A edição do vídeo eu estava com o Duda o tempo todo editando parte por parte.
A repercussão do vídeo foi muito mais do que eu esperava naquela época, e hoje ainda tem muita gente que fala sobre o vídeo e assiste e continua seguindo os atletas.

SS- Outra boa memória que tenho, foi uma demo feita pela Son aqui no Shopping de Guarulhos onde todos os presentes interagiram com a equipe e foi uma tarde memorável para todos os skatistas da cidade, como era organizar e participar destas demos como atleta e qual delas mais te marcou?
As demos eram muito divertidas a gente se divertia demais, a Son era mais que uma equipe a gente era uma família e as demos eram tipo uma festa familiar, alem dos atletas a gente trazia os nossos amigos e era uma festa.
Varias demos me marcaram, as demos da FEBEM me marcaram bastante também, me lembro dessa de Guarulhos que tinha muita gente e foi à única vez que consegui pular a mesa de comprido do chão.

SS- Há uma década você e a Son fizeram um vídeo da marca, faziam demos, andavam em pic-nic tables, coisas que as empresas atuais estão começando a fazer agora, vocês eram muito visionários para a época ou o mercado brasileiro ainda esta muito atrasado?
Então essa e uma pergunta é realmente difícil de responder por que o que eu acho e como penso, se eu falar não vou estar sendo profissional e coisa do gênero,mais vou tentar.
O mercado brasileiro é o mercado que tem mais potencial no mundo tirando o americano, mais acho que o que falta são empresários skatistas, é muito fácil falar do mercado mais quem tá na disposição de acordar de manhã e fazer o corre de empresário não são os skatistas, que mais sabem sobre o skate.
O skate brasileiro esta na mão de gente que não vive a parada, que não esta nem ai para o skateboard, todo mundo quer dinheiro, e acho que dinheiro é a conseqüência de um trabalho bem feito.
Por exemplo, o Rick Howard é empresário ha 16 anos tem 5 marcas e ganha o maior dinheiro, mas o que ele faz é construir o skate para todos, e assim as marcas dele crescem, mas ele faz o melhor vídeo, o melhor tênis e assim por diante.
Outro exemplo olha para o Rafael Narciso que é dono da OUS, olha o carinho e o amor que ele coloca na marca, olha o quanto ele esta fazendo para o esporte, para os atletas e para a imagem do skate brasileiro, o Cezar Gordo e a Matriz.
Infelizmente são muitos poucos que fazem desta forma no Brasil, o skate americano é feito por skatista, ”de skatista para skatista”.
E os skatistas que tem as marcas muitas vezes são atropelados pelas marcas que só estão por dinheiro nada mais.

SS- O vídeo 411 edição 64 foi especial sobre o Brasil e teve uma ótima parte sua como foi ter participado deste projeto e qual a influencia dele na sua carreira?
Foi ótimo fazer parte, e o mais da hora é que eu tive o ultimo Wheels of Fortune da historia do 411.
Acho que a maior influencia foi crescer assistindo o vídeo desde o numero 1.

Nollie Half Cab

SS- Você sempre foi um skatista muito técnico e com muito pop, a que se deve este estilo e quem foram suas influencias?
Acho que no começo dos anos 90 todos éramos muito técnicos, até quem não é mais hoje em dia era técnico.
As minhas influencias foram o Alexandre Ribeiro, BOB, Chupeta, Keenan Milton[RIP], Gino Ianucci, Rick Howard, Henry Sanches, Rudy Johnson, Guy Mariano, Danny Way e Colin Mckay.

SS- Conte-nos como foi sua mudança para os EUA, e como foi ter que iniciar sua carreira novamente como skatista amador lá?
Na real foi mais fácil recomeçar aqui porque eu já sabia o que fazer tipo o Brasil foi minha escola e aqui foi a pratica entende?
Fiz tudo de novo aqui, todos os “espaços amadores”, todos os campeonatos de amador, fiz tudo de novo, pode se dizer que fiz duas vezes.

SS- Culturalmente falando, qual a principal diferença entre o povo brasileiro e o americano?
O americano faz o que tem que ser feito sem jeitinho brasileiro, que infelizmente esta acabando com o nosso país, exemplo se você é parado por excesso de velocidade, da um jeitinho paga o guarda, ai o mano com dois quilos de cocaína é parado ele da um jeitinho da mesma forma que você deu o seu jeitinho brasileiro, ai você esta bem sossegado e de repente tem um revolver na sua cara com um nóia tremendo que nem um louco para roubar seu Oakley, ai você ainda sai xingando que a policia não faz nada.
Cadê o povo brasileiro na rua reivindicando a roubalheira?
Realmente penso que a gente tem um problema muito grande de cultura onde ninguém vê nada, não enxerga nada, não sabe de nada enquanto o corrupto anda solto, o pobre ta cada vez mais pobre e o rico continua sendo roubado pela corrupção. O Brasil é o país mais rico do mundo, mas ao mesmo tempo é o mais desorganizado e corrupto.
Vamos abrir os olhos, vamos abrir os olhos!

SS- O que você acha do projeto Skate Saúde e existe algum serviço parecido com o projeto ai nos EUA?
Não, não existe nada parecido.

SS- Você é um skatista que já rodou boa parte do mundo manobrando, quais os melhores picos em que você já andou?
Los Angeles é o melhor, Barcelona e Itália.

Switch Heelflip

SS- Como foi lançar seu model de shape pela Hosoi, marca de um dos maiores skatistas de todos os tempos?
Muito gratificante é como se depois de tudo o que eu fiz eu recebesse a recompensa.

SS- Sabemos que a religião tem uma forte influencia na sua vida e que ela te trouxe muitos benefícios, fale para nós como foi esta mudança?
A verdade é que eu fumava 10 baseados por dia, viajava sem parar e sempre sentia falta de algo, skate não me satisfazia, maconha não me satisfazia e nada me fazia preencher aquele vazio, foi quando cheguei no fundo do poço conheci meu senhor e salvador Jesus Cristo que preencheu aquele vazio. Hoje estou limpo a 9 anos e meio, sou casado, amo minha esposa, minha vida e não pensem que é um mar de rosas, mas com Jesus tudo e possível.

SS- Cite alguns skatistas que você considera promissores tanto nos EUA como aqui no Brasil?
Rodrigo TX, BOB, Chupeta, Gerdal, Adelmo, Tarobinha, Vovô, Felipe Nery e Gian Naccarato.

SS- Quais seus planos para o futuro?
Terminar minha vídeo-parte, skate, filhos, e logo mais tenho uma surpresa...

Agradecimento: Jesus, Samantha valeu sem você eu to na roça, Chupeta, Gerdal, Hosoi, Richard Mulder, Rudy Johnson, Gian, família Genovesi, Vina, família Nery, família Naccarato, meus patrocinadores, Girâo, Bolota, Heverton Ribeiro e a todos que sempre me ajudam, já ajudaram ou vão ajudar. SKATE OR DIE!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Circuito Universitário Paulista

No último domingo, a pista da Saúde recebeu a terceira e última etapa do Circuito Universitário de Skate,e o Skate Saúde mais uma vez trabalhou em parceria com a organização do evento, colaborando com a segurança de todos os skatistas.

Fábio Castilho Grind

O Circuito Universitário De Skate é um evento pioneiro que reuniu profissionais, amadores, estreantes e garotas com uma mesma característica: aliar o skate com uma formação acadêmica. Nesta ultima etapa o índice de ocorrências diminui muito, o que possibilitou um melhor trabalho de aquecimento e alongamento dos atletas antes de cada bateria.
Na categoria Estreante João Victor Silva (FIAM) ganhou a etapa, seguido por Filipe Flow (Senac) que garantiu o título do ranking Estreante. No Amador, o local da pista Michel Pereira (UNIP) contou com uma torcida especial e venceu a etapa, seguido por Daniel Marques (Metodista) e Nilo Peçanha (Estácio de Sá – RJ).

Atendimento a Jackson Kleber

No Profissional, o formato em Jam Session “controlada” foi fundamental para o alto rendimento e nível dos atletas, que optaram pela sessão eliminatória valer como resultado final. Fábio Castilho (Unicastelo) mandou boas manobras na escada e no spine ficando com a 3º colocação. Acostumado com a área, o local Humberto Beto (Centro Paula Souza) desceu o corrimão da escada e mandou boas manobras por toda a área, ficando com 2º colocação. Arom Marcel (Unip) chegou de surpresa e mandou switch fs flip na escada, manuais, nollie flip bs lip slide na trave e para sua felicidade levou pra casa o título da etapa.
Humberto Beto B/S Tail

Encerrando o ranking da 1º edição do Circuito Universitário de Skate, na categoria Estreante o campeão foi Filipe Flow, seguido por Tiago Campos (Anhembi) e Daniel Rochinha (Mackenzie). No Amador, o quinto lugar na última etapa deu o título a Ricardo Cipolla (FMU), com 2246 pontos, seguido pelo carioca Nilo Peçanha com 2336 pontos e Michel Pereira, com 2297 pontos. No Profissional o campeão foi Jackson Kleber (Metodista), que somou 2631 pontos, seguido por Humberto Beto, 2483 pontos e Cris Fernandes (Senac), com 2293 pontos.

Podium Profissional

È muito gratificante para nós do Skate Saúde trabalhar em um evento tão diferenciado, tanto na sua criação, como na preocupação dos organizadores com o bem estar dos skatistas, tomara que possamos continuar com esta parceria

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Momento com Fábio Gheraldini

Em 2007 após muito sacrifício ajuntando dinheiro consegui comprar uma filmadora usada, para fazer uma das coisas que mais gosto, filmar as sessões e a evolução dos meus amigos. Logo na primeira sessão onde eu ainda nem sabia usar a filmadora tive a oportunidade de conhecer alguns skatistas do ABC paulista que estavam aqui em Guarulhos filmando para um vídeo o “Quem se habilita?” do Estudio Recmachine.
Entre eles, um em especial me chamou a atenção pelo seu estilo de andar, velocidade e manobras de impacto, logo percebi que era um cara humilde e bem carismático e desta forma foi muito fácil de fazer amizade, seu nome Fábio Gheraldini.
Os anos foram passando e muita coisa boa acontecendo para ele, só que no skate como na vida, alguns momentos nos marcam, principalmente aqueles que nunca imaginamos passar, mas que saímos fortalecidos quando ele acaba, confira agora um breve depoimento de Fábio Gheraldini falando sobre sua atual fase no skate.

Foto: Marcelo Mug

“No dia 26 de setembro saímos em uma missão, do anuncio da DPR, já tínhamos ido ao caninho no começo da semana, mas não tivemos sucesso.
Sai da facul a milhão e colei na DPR, para pegar o Claudião (gerente de marketing), ambos na fome fomos ate um rodízio de japa para jantar.Comemos muito a noite intera, e já fiquei adrenado, nossa hoje vai! Maior rangão da hora na conta dos caras, noite um pouco fria, mas nada de garoa ou chuva, vou adrenar pensei comigo.
Colamos no cano, fiquei muito, muito, muito tempo na negociação com o segurança do pico, ai o cara começou a ceder, disse para o Claudião, se o cara deixar vai ser logo um Nose Blunt de Back, porque a principio ia dar um B/S Bord. Enfim, o segurança me liberou "5 saltos" (risos) termo usado por ele.
As 2 primeiras tentativas não encaixou a trick, o cano era muito socado e eu não tinha ainda pego o tempo dele. Na 3° chegou bem próximo, errei e sai pisando no chão que nem pista, nem apoiei as mãos no chão, o que já me deu uma puta confiança. Na 4° tentativa cai com peso distribuído apenas na perna direita, fazendo com que meu joelho torcesse para dentro, lesionando o ligamento colateral medial e o “cretino” do cruzado. Tive uma dor de mais ou menos 5 minutos constante, muito foda, nada igual ao que já tinha sentido antes.
No momento estou passando numa clinica em São Caetano de reabilitação esportiva, a COTRE, e quem me atende é o Dr. Fernando Noel, me passando muita confiança e é a pessoa que será responsável pela minha cirurgia, estou confiante e empolgado para operar com ele.
Se tudo correr certo, agora dia 07/12 opero o ligamento cruzado, já que uma vez termino as fisioterapias pré-operatórias na sexta feira dia 04/12.
Ai é começar o ano com tudo em paz, dar um gás nos fortalecimentos e na fisioterapia, porque depende muito do seu empenho e dedicação!
No momento estou domesticando meus anseios, a vontade é muito grande de voltar a andar, alias é engraçado isso né?
Passei por sérios problemas por causa da lesão, resumidamente, dor, falta de grana, querer andar e não poder, depender das muletas pra andar e dos amigos para vim fazer o resgate e te tirar um pouco de casa. Mas mesmo assim a vontade de voltar a andar é muito grande, e voltarei sujeito a isso novamente, não temos nenhuma garantia que não vamos nos lesionar novamente, mas só quero voltar a fazer o que mais gosto de fazer nessa vida, quero viver (risos).
Ainda conto com os patrocínios da DPR, DVS e AKOLOKO, os mesmos que me ajudavam antes da lesão e isso é legal!”


B/S Smith Foto: Alan Carvalho "Ban"

Torcemos para que sua recuperação seja o mais breve possível, e essa vontade de andar se chama amor pelo skate, tomara que suas palavras inspirem outros skatistas a nunca desistirem de fazer aquilo que amam, aconteça o que acontecer.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.