Foto- Atila Chopa
Nome: Cris Fernandes
Idade: 36 anos
Local: São Paulo
Patrocínio: Antes só do que mal acompanhado.
No começo eu achei um skate no lixo junto com meu irmão, era de um vizinho e o pai dele jogou fora, pegamos o skate do lixo e guardamos para andar. Depois de 3 dias o moleque ex-dono do skate queria ele de volta, foi a maior briga mas não devolvemos.
Minhas influencias bem no começo foram: a galera da Vila Medeiros que tinha uma turma chamada Ratos Suicidas, depois foi o Fernandinho, o Tron, o Rui Muleque, o Flávio da Selva, o Alexandre Ribeiro alem de muitos outros que admiro até hoje.
SS- Seu irmão também é skatista, tendo até ganho um concurso para trabalhar no Beto Carreiro com skate, como é ter alguém tão próximo que também anda?
É bem legal, sempre andamos juntos, eu gosto muito de andar de skate com ele. O Fabiano é “skate na veia” anda em qualquer terreno.
As vezes eu chego em um pico e fico pensando na manobra, enquanto isso ele já chega pulando e depois fala “vai, vai” ai o bicho pega.
SS- Você já viajou para a Europa para andar de skate, quais foram os melhores lugares em que você andou e que experiências mais te marcaram nesta viagem?
Os melhores lugares são todos aqueles eu que eu posso andar de skate e me divertir, a Europa é um caso a parte porque até sozinho na sessão você vai render (risos).
Uma das experiências que mais me marcou foi tirar uma foto abraçado com o Tom Peny e Bastian Salabanzi, falei para o Tom que era amigo do Rodrigo TX e ele já foi me abraçando e dizendo que se é amigo do Rodrigo é amigo dele também, foi demais.
SS- O Brasil Skate Camp é um sucesso absoluto contando com uma equipe bem preparada e estrutura impecável, fale para nós como surgiu a idéia do camp, as dificuldades iniciais e a sensação ao final de cada temporada?
Bom no começo tudo é difícil né, a idéia veio de ver isso rolando lá fora e ser uma puta coisa legal e aqui no Brasil nada acontecia, peguei a história para mim e disse vou fazer, agora já estamos indo para a nona temporada.
Toda a vez que acabo uma temporada penso na seguinte e falo, precisa ser melhor que a outra, tanto em rampas quanto equipe e atividades, acho que sou meio maluco com isso nunca fico satisfeito acho que sempre podemos melhorar.
SS- O Brasil Skate Camp cresceu tanto que se tornou uma marca de skate, quais são os produtos fabricados e como tem sido a aceitação do publico?
Na verdade não é uma marca, mas sim um conceito de skate. Muitos queriam uma camiseta do Brasil Skate Camp, um shape um jogo de rodas, portanto pensamos em desenvolver os produtos com a mesma qualidade do Camp.
SS- No final do ano passado você fez uma parte conjunta com o André Hiena para o vídeo Underground Style, como foi filmar esta parte e como é sua amizade com o Hiena?
Foi bem legal, eu queria ter me dedicado mais, mas não tive muito tempo. O Hiena é um puta amigo meu, sempre esteve do meu lado tanto nos dias ruins como nos bons, acho que um bom amigo é esse que esta sempre ao seu lado não importa a hora.
SS- Na ultima temporada, o Skate Saúde atuou dentro do Brasil Skate Camp atendendo os acampantes lesionados, o que você achou desta parceria e qual o resultado para voce?
Foi bem legal ter um fisioterapeuta dentro da nossa equipe, acho que da mais confiança a todos por ter mais um profissional de saúde dentro da equipe.
Foi muito importante a participaçao do Skate Saúde no Brasil Skate Camp , espero que eles estejam sempre com agente.
SS- O que você acha que falta para o skate melhorar no Brasil e principalmente os skatistas profissionais serem mais valorizados?
Acho que bastante coisa, mas estamos no caminho. A principal é o skatista saber que ele tem valor e não se vender por um shape e um punhado de roupas com defeito.
SS-O Brasil Skate Camp pode ser considerado um celeiro de bons skatistas, quais skatistas que já passaram pelo Camp e tiveram um destaque maior no skate, e quem são os skatistas que vão dar trabalho no futuro?
Vários garotos, mas um que foi destaque total é o Yuri de Curitiba, moleque quebra tudo (risos).
SS- Quais são seus planos para o futuro?
Continuar trabalhando com o Brasil Skate Camp, fazer muitas temporadas, ajudar no crescimento do mercado de skate de uma forma onde o skatista seja tratado como um sócio da marca e não como um copo descartável que quando as contas apertam os donos falam, “para de comprar copos porque podemos beber água direto da torneira” (risos).
Curtir minha família, fazer um vídeo de skate no final do ano que vai chamar Brasil Skate Camp nas ruas, entre outras mil idéias e pretendo realizar todas.
Agradecimentos: Obrigado a Betina e Dalia que são as duas mulheres da minha vida que sempre me dão força para crescer a cada dia, a todos meus amigos e parceiros e a você Thiago Pino pelo espaço.