Nome: Rodrigo Petersen Cesario
Idade: 30 anos
Tempo de skate: 18 anos
Local: Curitiba / PR
Patrocínio: Nike SB, Organika, LRG, Diamond e Royal Trucks
Niggaz & Rail - Tavola Rotonda- 1997. from Rafael Gomes on Vimeo.
SS- Conte para nós como foi seu primeiro contato com o skate, as pessoas com quem você andava e quais os principais picos que você costumava a andar?
Comecei a andar no meu bairro e com tempo comecei a ir mais longe para o centro e ai foi indo, indo. Eu costumava andar com o Sapo, Clesinho, Olho, Fuça, Nagano, Narciso, Skiba, Leandrinho, Cala, Urso, Japa, Farago, era muita gente. Alex Neguinho na época Marlon, Maranhão, Cão, Osni e Dandi foram varias gerações, muitos continuaram e outros nem andam mais. A gente costumava a andar no centro, nos estacionamentos de mercados e no centro cívico de CWB.
SS- Por falar em picos você é de Curitiba, local de picos famosos como o Terminal e de muitas pistas, como você viu o fechamento da Praça CWB?
Foi uma coisa muito ruim para a cidade, por que já não tem muitos lugares para andar e agora sem praça ficou pior ainda.
SS- Você foi um dos idealizadores e fez parte do time de uma das principais marcas de skate do Brasil, a Latex, como foi este período, quais as principais lembranças que você tem desta época e existe alguma possibilidade dela voltar?
É realmente foi uma fase da minha vida que nunca vou esquecer, agradeço a todos que acreditarão no nosso sonho. Lembranças são muitas e gostaria de contar todas que lembro, mas se eu começar não vai dar para parar. Quanto à possibilidade de voltar, vou deixar no ar. Quem sabe logo mais todos têm uma surpresa!
SS- Seu irmão também anda de skate e tem feito boas imagens como as do programa Olho de Peixe, como é o seu relacionamento com ele e como eram as sessões quando criança?
O relacionamento é normal, às vezes fico meio nervoso com ele, assim mesmo, é dever de irmão mais velho (risos). Quando criança sempre estávamos juntos, andando e indo aos campeonatos, andando na rua e fazendo tudo, sempre uma companhia.
SS- Por falar em família, você é pai de família, casado e com filhos, como é manter uma família com o skate e principalmente conciliar a vida de skatista profissional com a vida familiar?
E difícil mais a gente se vira, pelo fato das viagens e tal, mais o bom é que minha esposa entende e me apóia, ai fica um pouco mais fácil.
SS- Seu filho Breno já esta andando de skate, já vi alguns vídeos dele pulando umas escadinhas, como é dividir a sessão com ele?
É engraçado viu, por que muitas vezes nem da para creditar o que ele esta fazendo.
SS- Você é um dos skatistas brasileiros que mais tem vídeo-parts, o que mostra bem seu estilo de skate, e não é nada fácil montar uma parte de vídeo, qual é o seu segredo para render partes tão boas de vídeo?
Puts não sei viu, acho que é porque amo muito aquilo que faço e não tento me preocupar com coisas que não devo.
SS- Hoje em dia você é um ídolo para muitos skatistas no mundo todo, como você encara este fato e quem eram suas influencias do começo no skate aos dias de hoje?
Ídolo eu não me considero, mais já tive muitos e ainda tenho, quando encontro eles nas sessões é difícil andar viu. Sempre gostei de ver Guy Mariano, Kennan Milton, Koston, Chico Brenes e Jeron Wilson. Quando comecei eram muito os brasileiros Fabio Cristiano e Erasmo Sucrilhos, esses dois que eu olhava muito.
SS- Você tem três models de tênis pela Nike SB, como foi o processo de elaboração deles, e qual a sensação de ver eles prontos e principalmente nos pés das pessoas?
Vishi é um sonho realizado, muitas vezes olho pra eles e nem acredito que se tornou uma realidade.
SS- Você tem uma rotina pesada de skate, você faz algum tipo de preparação física ou toma algum cuidado com o corpo?
Já fiz às vezes é difícil conciliar com as viagens e o meu dia-a-dia, mais gostaria de voltar a fazer algo sim.
SS- Você vive o mercado de skate brasileiro e o americano simultaneamente, quais as principais diferenças entre estes dois mercados?
A diferença para mim é que o Brasil ainda não é comandado por quem realmente entende de skate. Isso faz a diferença. Falta um profissionalismo entre os atletas ainda e as marcas.
SS- Como você reside à maior parte do tempo ai nos EUA, qual a diferença marcante entre o povo americano e o povo brasileiro?
São tantas que eu já nem ligo e nem presto atenção nelas para não ficar triste.
SS- Entre as principais marcas do mercado americano de skate como LRG, Organica, Diamond, DGK, Gold, Flip entre outras, temos sempre um brasileiro na equipe, a que se deve este fato e como você enxerga este momento do skate brasileiro?
Acho que o momento do skate brasileiro é de evolução e transformação. Tanto na indústria como na cabeça de que anda também.
E o skate brasileiro é considerado graças ao talento que os brasileiros têm isso é muito bom e também temos que agradecer ao Bob e o Rodrigo TX por terem aberto as portas e a mente dos americanos para o skate brasileiro. Mais é o seguinte, também não adianta só andar bem, tem que ter uma cabeça boa para agüentar o baque (risos).
SS- Você já viajou boa parte do mundo andando de skate, quais os melhores lugares que você conheceu e quais os picos que você mais gostou de andar?
Gosto muito da China, Europa e USA, mas não posso esquecer o nosso Brasil que também é bom para andar de skate também.
SS- Nestas viagens sempre temos bons e maus momentos, quais os momentos mais legais que você já passou com o skate e quais as principais roubadas?
As roubadas foram poucas na verdade. O mais importante de uma viajem é você ir com as pessoas certas, com o mesmo objetivo, ai da tudo certo. Só tive momentos bons. Imagina alguém estar te pagando para você fazer aquilo que gosta em outro país com seus amigos, não tem do que reclamar, ai Deus não gosta né. Nunca imaginei que eu seria um profissional de skate, quando me dei conta estou aqui fazendo mais uma entrevista. Só tenho que agradecer, às vezes me pego olhando para os lados e penso: “Caralho será que isso e real, esta acontecendo mesmo”.
SS- Ser skatista profissional, fazer partes de vídeo, ter bons patrocínios e viajar o mundo andando de skate é o sonho de muitos skatistas, você já conseguiu tudo isso, você tem algum sonho para ser realizado no skate?
Tenho um sonho sim, que o Brasil possa mudar e educar a indústria de skate, mudar toda essa palhaçada que é hoje em dia, esse egoísmo que existe, ninguém leva como um negócio bom pra todos, e sim só para o benéfico próprio, e muitos deles nunca andaram de skate. E o pior são aqueles que já andaram e parecem que querem atrasar o lado dos outros ainda, ta louco! E a Latex esse é o meu maior objetivo no futuro.
SS- Qual o estilo musical que você mais gosta e quais são seus artistas preferidos?
Gosto de musica desde Old School Funk até Bossa Nova e Jazz. Eu gosto de clássicos (risos), tenho muitos artistas. Ultimamente o rap nacional esta em alta no meu I-Pod viu esta difícil de escutar outra coisa, muito orgulho desta nova geração.
SS- O skate nos ensina muita coisa, qual a principal lição que você aprendeu no skate e usa para sua vida?
Vischi foram tantas lições, mais eu acho que as mais importantes são a humildade, o respeito, a educação, o cair e levantar. E que a vida não é só skate tem que saber separar para não se frustrar além de que o mundo não gira ao seu redor.
SS- Quais seus planos para o futuro?
Continuar a vive e ver o que acontece, deixo o vento me levar.
Agradecimentos: A todos meus amigos, especialmente a Sura, Breno, Vicente e Jesus !!!
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