quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Entrevista - Dwayne Fagundes

Início de ano é sempre cercado de muitas expectativas e também de muitas promessas. O Brasil no esporte já há algum tempo deixou de ser um país que somente revela talentos no futebol, e passou a apresentar grandes promessas no skate para todo o mundo. Uma delas é o primeiro entrevistado de 2011 no Skate Saúde, saído de Porto Alegre vem conquistando seu espaço e muito respeito nos EUA com manobras técnicas e muito estilo. Conseguiu realizar um sonho antigo e acabou entrando para o pesado time da DGK marca que tem sua cara.
Andando de skate na rua, vem rodando o mundo e deixando sua marca em picos tradicionais, mostrando que seu potencial é muito alto assim como o pop de suas manobras.O Skate Saúde começa o ano muito bem entrevistando Dwayne Fagundes, uma das grandes promessas do skate brasileiro que dia após dia vem se tornando uma bela realidade nos enchendo de orgulho.

Foto-Sakamoto

Nome: Dwayne Fagundes
Idade: 21 anos
Tempo de skate: 11 anos
Local: Porto Alegre/RS
Patrocínio: DGK, Gold Wheels, Diamond, Venture e LRG(flow)

Fakie Shove-it 360

SS- Para começarmos gostaria de saber um pouco mais sobre seu inicio no skate, amigos, influencias e principais picos que costumava andar?
Comecei a andar mesmo na Praça da Matriz, pico histórico aqui de POA porque na época ainda não existia a pista do IAPI, meu pai me levava lá nos finais de semana daí fui conhecendo uns manos Roberto Tizil, Camilo Baiano, Claudio Careca e mais vários, depois com a construção do IAPI comecei a andar direto lá e ando até hoje.

SS- O Sul do país tem um skate de rua muito forte, com vários skatistas de destaque no Brasil e no mundo, a que se deve este fato?
Talvez a força de vontade dos skatistas daqui, ao IAPI (risos).
E a mídia aqui esta crescendo com alguns filmers e fotógrafos, tudo isso ajuda e muito tanto quem já tava no game como os novos manos que estão chegando.
Switch Fs Flip Foto-Ramiro Furquim

SS- O seu estilo de skate tem uma ligação muito forte com a Bastard, como começou esta história e quais as principais lembranças desta época?
A Bastard foi um dos meus primeiros patrocínios e foi muito da hora porque eu não conhecia o dono e ele também não me conhecia, e meu amigo Alex Viera era da Bastard e deu a idéia no dono, foi loco porque ele acreditou em mim e me colocou sem me conhecer e as coisas foram cada vez ficando melhores, o mais louco também é que os meus amigos de muitos anos eram também como o Guguinha, Thales Prates, ET, Cássio Rodriguez.
Tem várias lembranças boas, sempre que viajávamos juntos, algo de "filme" acontecia (risos), daí já viu né.

SS- Como foi ter parte no Dingo, vídeo de grande repercussão no skate brasileiro?
O Dingo foi um vídeo que meu mano Rafael Dias fez e foi muito da hora estar neste projeto porque foi minha primeira parte inteira em um vídeo de skate e mostrou bastante o skate aqui do Sul, os picos. Me senti muito feliz quando ele me chamou para fazer esta vídeo parte.



SS- Por falar em vídeo, o seu vídeo promo foi muito considerado pelos caras da Circa, como ter o reconhecimento de uma grande empresa através de um trabalho seu de vídeo?
Foi bem louco, porque quando eles vieram para o Brasil nós andamos juntos e eu fui conhecendo o time, já conhecia o Cerezini e o Lima na época, daí mostrei meu promo pra eles e alguns caras da Circa estavam com nós e viram também, daí mostrei ao team manager e ele curtiu, disse que ia colocar no site e colocou quando eu vi meu promo no site da Circa foi felicidade total, depois quando eu estava nos EUA conheci mais uns integrantes do time e eles todos vinham comentar do meu vídeo, isso pra mim foi bem louco e me ajudou muito.

SS- Como surgiu a idéia de ir para os EUA e como foi sua chegada lá?
Eu sempre tive vontade de colar lá como todo skatista tem, juntei uma grana, agilizei meus documentos e fui, falei com uns manos de lá o Vitor Borger, o Saka e fiquei uns tempos na casa do Fabrizio "Cara de Sapo" dividindo quarto com eles em Costa Mesa/CA. Foi bem louco, eles me ajudaram bastante no inicio e me receberam bem por lá daí era só skate o tempo todo, eu estava emocionado de andar nos picos que eu via nos vídeos (risos).



SS- Conte para nós como é seu dia a dia quando está nos EUA?
Agora eu fico mais em Atlanta na casa da DGK e geralmente eu vejo uns vídeos de skate de manhã, almoço e saio pra filmar em algum pico e assim fico o dia todo na missão e na noite eu colo no Playground para andar de boa, aprender umas manobras novas pra filmar em algum pico de rua e assim é all day everyday.

SS- E a sua entrada na DGK, como aconteceu e como é fazer parte deste time?
Foi à coisa mais loca que aconteceu porque uns dias antes eu tinha ido na Diamond com o Lima e o team manager tinha visto meu promo, curtiu e me colocou na marca, uns 3, 4 dias depois eu tava com o Lima em Huntington pra assistir um campeonato de bowl na beira da praia e o Stevie Williams ligou para ele dizendo que estava na Diamond e o team manager mostrou meu vídeo para ele e ele curtiu, na hora ele ligou pro Lima querendo saber de mim, daí eu falei com o Stevie pelo telefone (no estado de choque) e ele disse que tinha visto meu vídeo e curtiu, daí perguntou se eu queria andar pra DGK e eu falei que sempre quis, que era meu sonho e ele falou " se esse era teu sonho acaba de se realizar" depois disso me mandaram para Atlanta para conhecer o time e filmar para o vídeo daí em diante só foi fazer parte deste time, é muito da hora porque todo mundo se da muito bem é só diversão nas viagens daí é um clima muito bom para andar.


SS- Vivendo o skate nos dois países, qual a principal diferença entre os mercados e quais os principais pontos negativos e positivos de cada um?
Aqui no Brasa as coisas estão melhorando e bastante, as marcas estão fazendo mais tours, colocando mais os atletas no corre, mas ainda tem coisas a melhorar até porque aqui é muita gente que anda bem para poucas marcas boas, já nos EUA as marcas investem mais, toda hora lançando algum vídeo, colocando os atletas em tours quase o tempo todo assim a marca lança bem o atleta e o atleta representa bem a marca.

SS- Atualmente você esta trabalhando em quais projetos e o que podemos esperar do Dwayne para 2011?
Estou filmando para o vídeo da DGK que vai sair no final de 2011 e pretendo lançar algumas entrevistas em revistas também.

Nollie Big Spin Foto-Pablo Vaz

SS- Você já conheceu grande parte dos EUA e um pouco da Europa junto com a DGK, quais os picos que você mais gostou de andar e quem é o seu principal companheiro durante estas tours?
Gostei muito de Barcelona o clima da cidade e das pessoas é muito bom, muito astral e do Love Park também em Philly, é bom de viajar com todos, mas geralmente meu companheiro é o Brad Rosado que é o filmer.

SS- O que representa a entrada do Rodrigo TX na DGK para você e para o skate de modo geral?
Representa muita coisa, o Rodrigo tem a cara da DGK eu fiquei muito feliz quando soube que ele tinha entrado, ele está filmando para o vídeo também que sairá no final do ano então "segura que lá vem bomba!" (risos).



SS- Você já andou no Playground da DGK? Como funciona este projeto e o que você achou deste novo pico?
Eu andei lá, é bem louco um bom lugar para aprender manobras novas, e depois aplicá-las nos picos de rua, acho que eles querem fazer do Playgound tipo um Berrics, mas do East Cost porque fica em Atlanta e não na Califórnia ao decorrer vão saindo imagens lá como já saiu à parte do TX, Keelan e logo mais sai dos outros manos do time.

SS- Quais os planos para o futuro e qual a principal lição que o skate te ensinou?
Aparecer bastante nos vídeos e revistas, criar uma historia no skate para um dia passar para profissional e ter meu modelo de shape. O skate me ensinou e todo dia me ensina coisas novas tanto nas atitudes como pessoa como tecnicamente nas manobras.

FS Noseslide

Agradecimentos: Agradeço a Deus, minha mãe, vó e pai por sempre me apoiarem no skate e me motivarem cada vez mais, os manos da DGK, Gold Wheels, Venture, Diamond e LRG.
Meus amigos de Porto Alegre, meus amigos do USA e do mundo inteiro, ao Skate Saúde por me dar este espaço e a todos que já me ajudaram de alguma forma, é noisss
ABRAZZZ! DGK ALL DAY!!!!!!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Condromalácia Patelar

Uma das lesões que mais incomodam skatistas e que ainda foi pouco falada é a Condromalácia Patelar. A Condromalácia patelar que também conhecida como síndrome da dor patelo-femoral, consiste em uma patologia crônica degenerativa da cartilagem articular da superfície posterior da patela e dos côndilos femorais correspondentes, o que produz desconforto e dor ao redor ou atrás da patela. É comum em jovens adultos, especialmente aqueles que praticam atividades de auto-impacto como o skate.
Ela é uma espécie de amolecimento da cartilagem da rótula pelo atrito incorreto contra os côndilos do fêmur. O desalinhamento da rótula e a sua posição mais alta que o normal são fatores predisponentes.

Os principais sintomas são: dor profunda no joelho ao subir e descer escadas, ao levantar-se de uma cadeira, ao correr, muitas vezes restringindo atividades físicas. Dores atrás ou ao redor da patela do joelho ocorrem principalmente se joelho é forçado quando flexionado, como no movimento de execução de um ollie, por exemplo. Uma ardência ou dor ao ficar com o joelho flexionado por longos períodos, mesmo sem forçá-lo, também é um sintoma comum na condromalácia patelar, além de crepitação e estalos, muitas vezes audíveis. É possível também a presença de derrame intra-articular (edema).
As causas mais comuns são o encurtamento dos musculos extensores, alteração de ângulos do joelho (ângulo Q), entorse de tornozelo por inversão e o enfraquecimento do vasto medial oblíquo.
O diagnóstico é feito através do exame ortopédico (inspeção estática, inspeção dinâmica, inserções ósseas e ligamentos, femuro-patelar e textes ortopédicos como Lachman, Mc murray, Apley e Compressão Patelar) aliado a exames radiológicos.
O tratamento se dá com medicamentos antiinflamatórios, meios físicos e cinesioterapia e a evolução costuma ser favorável, o tratamento da dor patelo-femoral é principalmente direcionado ao fortalecimento da musculatura do quadríceps por este ser o mais importante estabilizador da patela.

Como a insuficiência do vasto medial oblíquo é vista como uma das principais causas de dor patelo-femoral devemos dar ênfase a este músculo no nosso tratamento.
Após a reabilitação clínica se inicia o trabalho de volta ao skate com a melhora da mecânica do ollie e de manobras quetenha ele como base, tendo em vista a diminuição do atrito na cartilagem.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pré-temporada no skate ?

Primeira postagem do ano é hora de desejar a todos os amigos que acompanham nosso trabalho que 2011 seja um ano maravilhoso na vida de todos vocês, com muita saúde, amor, paz e muito skate no pé. Início de ano, e quem está acostumado a acompanhar noticiários esportivos sabe que em praticamente todos os esportes tanto coletivos como individuais é hora de realizar a famosa pré-temporada.
A pré-temporada é uma fase preparatória da equipe ou do atleta, onde o objetivo é fazer avaliações da atual condição física e técnica do indivíduo, condicionar e preparar o mesmo para as competições do ano e no caso de esportes coletivos ainda entrosar a equipe e também realizar amistosos visando uma melhor preparação.
No beisebol americano todas as franquias se dirigem para cidades menores com a clara intenção de isolar os atletas e de aumentar por outras partes do país sua base de torcedores. Isto fica claro quando um time de Chicago faz a sua pré-temporada no Arizona aproveitando o clima quente e o mercado onde não existem outras franquias.

Laurence Reali SS FS Noseslide Foto- Pablo Vaz

Em quase todos os esportes profissionais hoje a pré-temporada é provavelmente a parte mais importante do ano, no futebol americano às vezes um jogador se recusa a participar enquanto renegocia seu contrato. Esta prática é relativamente comum e é denominada de "holdover", porém o que assusta é que estatisticamente quando um atleta não participa da pré-temporada as chances de uma contusão são muito maiores. Um atleta hoje mais do que nunca tem que se comportar como um atleta, esta é sem dúvida uma grande vantagem competitiva sobre seus concorrentes que não estejam preparados.
Seria viável então um skatista fazer pré-temporada? O skate apesar de não ser considerado um esporte por muitos adeptos acaba utilizando o corpo da mesma maneira que muitos esportes e conseqüentemente trazendo muitas lesões.

Chico FS Nosegrind Transfer Foto- Pablo Vaz

Mas o skate é uma atividade muito peculiar, pois a principal competição é contra nós mesmos, e a evolução e a diversão é o que move a grande maioria dos skatistas, por isso seria impossível fazer uma pré-temporada, afinal nunca sabemos quando será o nosso próximo desafio. Não consigo imaginar um skatista realizando um ciclo de treinos específico para poder filmar uma parte de vídeo, ou então para participar de uma entrevista, uma tour, ou seguir um calendário de competições e principalmente para andar naquele pico novo que surgiu perto da sua casa.
Para mim o que seria mais válido desta pré-temporada e que deveria ser adaptada para todos os skatistas é a avaliação física onde temos condição de avaliar diferentes variáveis como antropometria, composição corporal, análise postural, avaliações metabólicas e neuromusculares, avaliações nutricionais entre outras situações podendo assim visualizar as principais deficiências físicas do skatistas e buscarmos assim atividades específicas para sanar estes problemas e a partir disto elaborar um treinamento que o skatista siga durante o ano junto com sua rotina no skate, minimizando assim o risco de lesões e melhorando seu desempenho devido aos benefícios do condicionamento físico.
Semana que vem não teremos postagem, pois estaremos participando de mais uma temporada do Brasil Skate Camp, então fiquem ligados que este ano vem muita coisa boa por ai.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.