Preconceito. Esta é uma palavra que acompanha o skate feminino no Brasil há muitos anos e com certeza um dos fatores que mais prejudicam a evolução das meninas que vem dando o sangue durante as sessões. Felizmente essa visão vem mudando bastante nos últimos tempos, graças ao esforço de muitas guerreiras que fazem o skate feminino acontecer no Brasil. Recentemente tive a oportunidade de atender uma dessas guerreiras e ver de perto sua determinação em voltar a andar , já que ela é um dos principais nomes do skate feminino brasileiro e mundial, superando barreiras e conquistando objetivos inimagináveis até pouco tempo atrás. Dias antes de vencer a etapa de Roma do Circuito Mundial ela respondeu as perguntas desta entrevista, confira agora como foi nossa conversa com a Leticia Bufoni a entrevistada do mês no Skate Saúde.
Nome: Leticia Bufoni
Idade: 18 anos.
Tempo de skate: 8 anos.
Local: Los Angeles
Patrocínio:Volcom, Osiris, Foundation, Bones, Crail, Paradox.
SS- Você é moradora da zona leste paulista local de muitos skatistas com alto nível, como foi seu início no skate e quem foram suas principais influencias?
Sempre andei com os meninos da minha rua, e começou a modinha do skate na minha vila. Comecei a andar e logo em seguida descobri que tinha um cara chamado Anderson “Pig” dando aulas de skate em frente à casa dele que era bem perto da minha casa e tinha alguns obstáculos, e comecei a andar de skate com ele. Depois ele começou a trabalhar na Plasma que era a antiga pista de skate no Shopping Aricanduva e fui andar lá, gostei comecei a ir todos os dias e nunca mais parei. Minhas influencias na época eram Cris Cole, Paul Rodrigues e Luan De Oliveira.
SS- Sabemos que o skate feminino sofreu por muito tempo um grande preconceito, você já sentiu isso na pele?
Já senti sim, principalmente com alguns visinhos.
SS- O mercado de skate no Brasil esta em constante processo de mutação, mas mesmo assim ainda deixa a desejar em muitos aspectos, e o skate feminino é um deles, como você enxerga o skate feminino por aqui e o que pode ser feito para melhorar?
Acho que o skate feminino no Brasil esta crescendo e vai crescer ainda mais, ta faltando eventos grandes, patrocínios e mais mídia.
SS- Como surgiu a oportunidade de você ir para os EUA e como foi a sua adaptação por lá?
Fui convidada para participar dos X Games e chegando aqui consegui alguns patrocínios. Percebi que o futuro do skate é nos EUA, pistas e picos de rua, ai só voltei para o Brasil para visitar. A adaptação foi bem difícil, morar sozinha sem família e amigos, outra língua totalmente diferente, mas acho que peguei rápido.
SS- Como é a cena do skate feminino lá nos EUA e quais as principais diferenças entre o mercado de lá e o daqui?
A diferença é que aqui tem mais eventos, mídia e apoio.
SS- Aqui no Brasil nos últimos muitos formatos novos de campeonatos tem sido desenvolvido, campeonato de linha, game of skate entre outros, qual formato de campeonato mais a grada você e por quê?
Gosto de todos, mas os campeonatos que mais gosto é Jam Session e linha.
SS- Você há muitos anos participa do X-Games e do Circuito Mundial, mas seu resultado mais relevante na gringa foi a conquista do Maloof Money Cup, como foi ter ganhado um dos eventos mais importantes dos EUA e o que isso acrescentou a sua carreira?
Na hora nem acreditei, ter ganhado o Maloof foi um “up” na minha carreira.
SS- Há alguns anos atrás você foi local da pista da Plasma aqui em SP onde os picos de rua não são fáceis de serem descobertos, e na gringa vemos uma grande quantidade de pistas e também de picos de rua, você prefere andar em quais picos ai nos EUA?
É uma grande diferença dos picos daqui e os picos do Brasil, aqui tem muito mais opções de Skateparks, de picos de rua e todos são perfeitos, eu gosto de vários picos tipo Downtown Ledges e Belmont School entre outros.
SS- Recentemente você fez tratamento para uma lesão no tornozelo com nós aqui no Skate Saúde, o que você achou do nosso trabalho e existe algo parecido por ai?
Gostei muito do trabalho de vocês, meu pé ficou zero rapidão, na real eu nunca precisei fazer fisioterapia aqui.
SS- Fora o skate você pratica snowboard e surf, você acha que a prática destas atividades ajuda você a desenvolver melhor o seu skate?
Com certeza, ajuda bastante no desenvolvimento do pop, o snowboard fortalece bastante as pernas também e isso acaba ajudando no skate.
SS- Apesar de viajar o mundo andando de skate e morar na Califórnia o principal foco do skate mundial, como fica o coração e a cabeça quando o assunto é família?
Quando o assunto e família da vontade de voltar para o Brasil o mais rápido possível, mas como sempre estou visitando o Brasil não tenho muito problema em ficar tanto tempo longe.
SS- O que de mais importante o skate te deu até hoje e qual a principal lição você aprendeu com ele?
Amigos e conhecer o mundo através do skate.
A principal lição que aprendi é que é possível realizar seus sonhos, só tem que acreditar e correr atrás.
SS- Quais são os seus planos para o futuro e o que pretende fazer quando parar de andar de skate profissionalmente?
Na real ainda não tenho idéia, mas provavelmente trabalhar na indústria.
Agradecimentos: Deus, Família, Amigos, Volcom, Osiris, Foundation, Crail, Bones e Paradox.
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