Dedicar tempo, amor e muita vontade a algo que não trás retorno financeiro nos dias de hoje é algo quase que inimaginável. Superando adversidades, lesões e a falta de tempo nosso entrevistado continua evoluindo e atingido uma maturidade absurda sobre o skate, resultado destes quase 15 anos de amor incondicional ao skate. Conciliando trabalho, força e muita determinação para atingir seus objetivos nosso entrevistado mostra que o skate de verdade está dentro de cada um e que não há limites quando se faz aquilo que gosta. Dono de um pop absurdo e um estilo único este é Kleber Teixeira entrevistado do mês no Skate Saúde que passa boa parte do seu dia trabalhando e com a cabeça e o coração no skate.
Nome: Kleber Brasil Teixeira
Idade: 28 anos
Tempo de skate: 14 anos
Local: Guarulhos/ São Paulo
Patrocínio: Life Style
SS- Salve Kleber, para começar, gostaria de saber quem são suas maiores influencias no skate?
São os caras da antiga Stevie Williams, Josh Kalis, Brandon Biebel, Wade Desarmo, Rob Welsh, Jb Gillet, os caras do Brasa James Willians Bambam, Marcos Morto, Adriano Mi, André Genovesi, Anderson Curumim, Rafael Gomes, Rodrigo Gerdal, Giancarlo Nacarato e todos os meus amigos que estam comigo no role.
SS- E o seu início no skate, como aconteceu?
Essa história é meio parecida com a de todos. Vivia pedindo um skate para os meus pais e nada, até que um dia ele me deu um de mercado (risos), é o inicio né, pensavam que ia ser só de brincadeira ai eu fui fazer um bico de entregar jornal e comecei a montar o meu skate aos poucos.
Fui morar em um bairro novo não conhecia ninguém pra começar a andar, aprendi a dar o Ollie sozinho vendo em uma edição da Revista Tribo Skate, pegada nego. Comecei a andar com o Junior, Branco, Rafael Azeitona, Faísca entre outros mano ai apareceu Gian Lucca que me apresentou a Brama, escola de skate mano.
SS- Você é de Guarulhos, cidade que sempre revelou grandes talentos no skate, como é andar de skate lá e quais os principais picos que você costuma andar?
Mano aqui é bom para caramba para andar de skate, tem seus altos e baixo só que tem muito pico a ser descoberto ainda em Guarulhos.
Agora os picos que eu costumo cola e indico é o Cecap com bordas extensas,uma spine, palco de manual e um caninho descendo, a pista do Bosque Maia que agora o chão é de granilite, e sem dúvidas o melhor pico de Guarulhos onde muitos andaram e andam até hoje é a Brama onde para mim foi minha escola,faculdade de skate me ensinou e ensina até hoje muito e lógico andar sempre que da na rua que é a hora de você por em prática suas bases.
SS- É impossível falar de Guarulhos sem falar na Brama, tradicional pico da cidade que é mantido pelos próprios skatistas, como são as sessões lá e como surgiu sua relação com o pico?
Um amigo meu o Gian Lucca me falou de uma quadra que tinha uns obstáculos, ele falou que ia me levar, mano foi muito style queria ir todo dia, eu comecei a colar de manhã cedo e andava até quase a tarde naquela época tinha horário 06:00 até as 18:00, comecei ai ir depois sozinho e comecei a fazer amizade com o pessoal de lá, pronto já era local.
Eu me lembro que eu ia de pé remando nas ruas, até de chinelão eu já colei pra não gastar a sola do tênis que era osso na época. Até hoje as sessões são de muita vibe, todos andam com vontade se puxam o máximo para acertar as manobras e aprender outras, role com os amigos então é Skate,Amizade e Risada.
A Brama é muito style quem tiver oportunidade de colar para andar vai ver que é style o pico.
SS- Em Guarulhos tem muito cara cabreiro andando, quem são os caras que você acha que ainda vão dar muito trabalho e se destacar na cena?
Vixi Guarulhos sempre representa, tem o Rodrigo Francis mais conhecido como “Jaba” moleque ta embaçado andando e ta sempre indo para os Games, Gustavo ” Gú” pesado e largado no role, Vinicius “Japa” guangueragem total , Marco Antonio” Marquinho” sempre no corre do skate nos Games, Tiago Antonio irmão do Cuca são embaçados os irmãos, Gabriel Caverna moleque com raça para andar de skate, Yuri da várias, sem esquecer de falar no Mario Jorge Hermani, Bruno Arruda e vários outros, mano Guarulhos está cada vez mais aumentando o número de skatista com nível.
SS- Como você enxerga a atual fase do mercado de skate brasileiro?
Agora as coisas estão melhorando e podem melhorar cada vez mais, por muita marca que está hoje no mercado ser de skatista isso ajuda muito, tanto na parte de está procurando fazer um material de qualidade com a de estar dando um suporte ao seu atleta, por que é ele que vai levar o nome da marca independente de que maneira ele faça isso.
Não desmerecendo ninguém é que a visão de quem andou ou anda de skate é meio critica na questão de material, isso tem ajudado a muito skatista ficar no meio do skate até hoje. Skate or die.
SS- Você faz parte de uma situação quem te se tornado comum no skate brasileiro, skatistas com um grande talento e que não tem patrocino e acabam tendo que trabalhar para continuar andando, como fazer para conciliar o trabalho e o skate?
Vou te falar que não é fácil. Levanto cedo para caramba, trampo o dia todo de pé, no final do dia estou exausto para poder andar e no outro dia levantar cedo de novo. O corpo começa a falhar um pouco ai você acaba se desgastando.
Procuro andar todos os finais de semana e feriados forçando o máximo pra poder sempre estar ali no ritmo.
SS- Qual é o seu trabalho atualmente e qual o segredo para mesmo com pouco tempo para andar continuar evoluindo?
Sou Operador 2 em uma empresa Metalúrgica aqui em Guarulhos.
O segredo é o que eu sempre tive comigo andar de skate por AMOR mesmo, se dedicar e focar no que está fazendo, por que skate parte do seu próprio equilíbrio mental e físico isso que vai te proporcionar resultado.Sem contar em procurar a sua evolução sempre.
SS- Tudo tem seu lado negativo e positivo, quais os pontos positivos em trabalhar e andar de skate?
Positivo eu diria que é pelo o fato de ter dinheiro para comprar uma peça ou ir para um role mais longe, pagar uma inscrição sem se preocupar com dinheiro da volta.
Negativo seria a falta de tempo e a distância que o serviço começa a te colocar longe do skate, por que skate é pratica.
Resumindo seria assim, se você trabalha você tem dinheiro mais não tem tempo para andar de skate e se você não trabalha você tem tempo só que não tem dinheiro para poder estar com as peças em dia, dúvida cruel (risos).
SS- E os sons, o que você tem escutado enquanto anda de skate?
Eu escuto agora de tudo um pouco. Só que para a sessão é um Vinnie Paz, Jedy Mind Tricks, Cappadonna, Boot Camp Click, Notorious B.I.G, Rampage, Slick Rick, Strong Arm Steady, Diabolic, Rick Ross, Arsonists esses são para todo começo de role,depois o que vier é lucro tem que curti de tudo um pouco se não você não aproveita nada (risos).
SS- Quais foram as principais partes de vídeo que você mais curtiu desde que começou a andar de skate?
Lavar McBride “Trilogi”, André Genovesi “Son Open Your Mind” minha influência até hoje, Wade Desarmo “Its Official”, Stven Willians “The DC Video”, Brandon Biebel “Girl Yeah Rigth”, Matt Miller “Zoo York State of Mind”, Rodrigo Tx “The Firm Cant Stop/Flip Extreme Sorry”, Chad Dickson “Yesterday Future”, Nyjha Houston “Rise Shine”,Petter Smolik “Short´s”, esqueci algumas mas essas são ótimas.
SS- Você teve uma grave lesão no pulso, conte para nós o que aconteceu e como foi sua recuperação até voltar a andar?
Era um domingo como qualquer outro, sai para andar de skate e recebi uma ligação do Diogo “Gema” falando que iríamos andar no Cerqueira se eu não estou enganado, escola na rua de cima da FIG. Chegando de cara vi uma borda grande e extensa eu comecei a jogar uns rockslide de front, até iria sair só que na minha cabeça eu queria um Blunt de Front, foi a zica, no primeiro que eu tentei a rodinha passou como se estivesse dando um manual na borda.
Eu cai do começo da borda que não é pequena direto no chão, só me lembro de tentar colocar a mão para não bater a cabeça e quando fui tentar me apoiar com a mão direita vi que não tinha força, levantei o braço com a mão esquerda e lá estava o punho todo fora do lugar com uma lesão de escafoide, o pior ossso para colar da mão.
Fiquei 1 ano afastado da antiga empresa que trabalhava, 2 meses de gesso, 4 meses de fisioterapia tudo isso para depois escutar do médico que melhor do que isso não ficaria.
Nesse 1 ano que fiquei afastado da empresa comecei a tentar me apoiar aos poucos com a mão porque eu tinha perdido a força, comecei a fazer algumas flexões, alguns exercícios para o fortalecimento dos punhos até que voltei para a academia e comecei a me dedicar de novo. Trabalho doloroso só que tinha que ser feito para eu aguentar tanto as quedas como para fazer qualquer atividade.
No frio eles ainda doem e com algumas quedas também (risos) só que superamos tudo que queremos quando temos determinação.
SS- Depois de todos estes anos sobre o skate, qual a principal lição que você aprendeu com ele e usa na sua vida?
Eu nunca desisto fácil de nada, procuro nunca julgar as pessoas independente se ela tenha falado de mim ou não, por que isso só aumentaria a proporção dos boatos. Saber lidar com todo o tipo de pessoa, ter ideia para trocar, saber observar e compreender o estilo de pessoa com o qual você está interagindo.
Sempre tente conhecer, compreender, analisar e depois entrar em um bom senso sobre a pessoa(as),por que errar é humano.
SS- Se tivesse que escolher um obstáculo para ter dentro de casa e andar qual seria a sua escolha?
Sem dúvida nenhuma uma mesa de picnic seria o meu sonho. Eu poder me levantar ou sei lá quando desse vontade em andar era só pegar o carrinho e ir até o quintal e começar a fritar a mesa, "my dream" mesmo e de todos os gangueiros.
SS- Quais seus planos para o futuro?
Pretendo fazer uma viagem para fora do pais, filmar e tirar muitas fotos aqui, tentar fazer uma vídeo parte que seria um trabalho legal para a carreira de um skatista, tentar buscar reconhecimento de todos e evoluir o máximo que eu puder.
Agradecimentos:
Agradecer ai ao meu pai,a minha mãe que sempre me da uma força também,meu irmão a você Thiago por ter me dando essa oportunidade de poder passar um pouco da minha experiência de vida no skateboard ao Diego, Diogo, Mi, Marcos Morto, Ivan, Assis, o Daniel Quadrado e família, Alex Gomes, Elvis Grud, Vinicius Japa e a todos que andam comigo e acreditam em mim, a galera do Jardim Paraíso, pessoal do Cecap, Bosque Maia e a todos sem exeção da Brahma por que lá são vários e juntos todos nós somos a Brama Family.
Obrigado em especial ai para o Mauro da Life Style que sempre me ajuda, é nóis skateboard always!
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