Enquanto a grande maioria das pessoas está preocupada em onde e como vai “pular” o Carnaval, eu inspirado pela nova série da ÖUS o #agoraficoupequeno para a campanha de lançamento do pro-model de tênis do Patrick Vidal me peguei pensando, de onde vem tanto pop?
O ollie é uma manobra relativamente simples para qualquer “streeteiro”, mas o pop que alguns skatistas conseguem alcançar é algo realmente surpreendente até se comparado com outros esportes. Vamos tomar por principio o salto vertical praticado em muitos esportes, atletas da NBA atingem em média de 28 a 34 polegadas (70 a 85 centímetros), um atleta olímpico de salto triplo chega a 93 centímetros, números estes observados em atletas de altíssimo nível e que são superados com facilidade por muitos skatistas, que alem de saltar precisa “levar o skate junto”.
O ollie é um movimento de explosão e para se ter uma melhora no desempenho algumas valências físicas precisam ser trabalhadas. A primeira delas é a força, onde exercícios com peso como os agachamentos, degrau e afundo podem ajudar a melhorar este quesito nos membros inferiores. A segunda seria a potencia, fundamental em movimentos de explosão, onde exercícios pliométricos e Power Cleans, quando feitos em alta intensidade contribuem para a melhora desta valência.
Outro fator de grande relevância é o gesto motor, onde aprender o movimento do ollie e executar o mesmo com precisão faz uma grande diferença. Basta comparar skatistas com pouco tempo de pratica a skatistas mais experientes, a qualidade do gesto motor é diferente e por isso o resultado final do ollie também é.
Com o crescente aumento da preparação física entre os skatistas, podemos notar skatistas profissionais com grande capacidade física e muita técnica sobre o skate e que mesmo assim ainda não apresentam um pop tão considerável. Mas se eles tem o gesto motor perfeito e estão fisicamente bem preparados porque não atingem tanta altura nas manobras?
O segredo pode estar na genética de cada skatista. A formação muscular de cada individuo é diferente, vamos colocar um outro esporte para exemplificar. A corrida que hoje é praticada em grande escala, se divide em provas de longas e curtas distancias. Um corredor de curta distancia não consegue ter um bom desempenho em provas longas e o de provas longas não consegue fazer tempos recordes em uma prova curta. Isso se deve as fibras musculares que compõem o organismo de cada um deles. Os maratonistas apresentam mais fibras do tipo I (fibras de contração lenta) que são excelentes para atividades de resistência. Já os velocistas apresentam mais fibras do tipo II (fibras de contração rápida) que são usadas em atividades de explosão e velocidade como o skate.
Na formação muscular de cada skatista pode estar o segredo do pop. Não que um skatista que tenha mais fibras do tipo I não consiga andar bem de skate, mas talvez skatistas com uma maior porcentagem de fibras musculares do tipo II possam ter um pop mais elevado por conta da sua formação genética. O treinamento físico ajuda a melhorar muito seu desempenho no skate, mas pode não ser o suficiente para atingir um pop altíssimo se você não tiver uma quantidade maior de fibras musculares do tipo II em seu organismo. Isso é uma suposição, mas a cada dia começa a fazer mais sentido vendo os skatistas que treinam comigo.
Espero que em um curto espaço de tempo, estudos sobre este tema possam ser realizados para otimizarmos ainda mais a preparação física dos skatistas e vermos uma evolução ainda maior no skate.
Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se.
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